O início de uma nova vida...

"Aceita a partida de um amigo (de um amor) com naturalidade. As despedidas permitem novos começos e novas experiências" O futuro a Deus pertence e todas as experiências fazem parte do nosso crescimento...

domingo, fevereiro 12, 2006

Uma tarde na Feira do Livro

Domingo 12, tarde de sol..... eu, a Dani e o meu Toni (o meu irmão) fomos à Feira do Livro no Mercado Ferreira Borges.
No meio de montes de livros (e de muita conversa com a Dani sobre a noite de sábado) um livro chamou-me a atenção (por isso o comprei), intitulado "Não há Homens" de Isabel Leal, Doutorada em Psicologia Clínica, Psicoterapeuta, Professora nesta área e cronista em diferentes órgãos de comunicação social (cuja capa vos apresento).


Na contracapa do livro referem: "Encontra-se aqui uma selecção das suas melhores crónicas, numa abordagem crítica das relações humanas, retratadas com a graça e a ironia que a autora já nos habituou".


Entre os diferentes capítulos começa podemos ler sobre: "Não há homens", "Discretas seduções", "Ciúmes", "Amor e vinculaçãp", "Falando de sexo", "Compromissos", "Desilusões", "A ternura", entre outros.... espero gostar de o ler.
Mas vou deixar aqui o excerto que li e que me despertou o interesse pelo livro e que diz respeito ao primeiro capítulo "Não há Homens":


"Todos nós em algum momento da nossa vida desejámos ter uma relação privilegiada. Até aqui nada de especial. Parece até absolutamente legítimo numa sociedade como a nossa que se estrutura sobre a existência de pares, o desejo, de todos, e de cada um, de encontrar alguém que seja esse par.
Não é, não parece ser, uma expectativa exagerada. E no entanto...

Olhe-se à volta e nem sequer é preciso procurar para se encontrar homens e mulheres sozinhos ou infelizes ou quizilentos e reinvindicativos nas suas relações. Ouçam-se as pessoas e verifiquem-se as queixas. Do «outro» que não presta, que desiludiu, traiu ou não fez nada disso mas pode fazer em qualquer momento. Ou, então, queixas hiper-sofisticadas entre as queixas «não há homens» ou «não há mulheres» como se os transeuntes nas ruas e os seres que enchem hipermercados, restaurantes, clubes, empregos e filas de trânsito não passassem de fantasmas.

Este «não há homens» quer basicamente dizer que não há um que sirva ao meu desejo. Um, onde eu possa encontrar todos os sentidos de que preciso, um que me complete, que me compreenda, que me oiça, que me ame, que me dê suporte e espaço, que me permita ser forte ou frágil, adulta ou infantil, terna ou agressiva. Um que me queira como sou e como não sou mas gostaria de ser. Um que percorra comigo os mesmos percursos e agarre as «pontas» quando as curvas forem muito apertadas.

...
Uma relação priveligiada não é, não tem de ser, uma relação idealizada. O privilégio é um atributo da relação como entidade autónoma e resulta (ou não resulta) da interacção única de duas pessoas concretas e das respectivas subjectividades. Daí que não possa haver duas relações iguais.

....

A relação, essa sim, é que pode ser, se quisermos que seja e fizermos por isso, um lugar de privilégios. O privilégio da partilha, da fruição, da intimidade, do prazer, experiências rara e difíceis e por isso mesmo preciosas. A confusão habitual entre relação privilegiada e relação idealizada - aquela com que sempre se sonhou e se persegue como sendo a única aceitável - dá, na prática, quilómetros de desilusões e de enredos desencontrados. Torna-nos cegos ao que lá está e atentos ao que não está e, do nosso ponto de vista, devia estar. Transforma as relações possíveis em relações deficitárias e promove a espantosa negação da existência e desejabilidade dos outros. Assim sendo, claro que vai continuar a não haver homens."


Fico por aqui, para aguçar a curiosidade, mas apetecia-me continuar a escrever...
Tem muitas coisas bem verdadeiras (na minha humilde opinião), mas também ainda não o li todo, por isso, pode ser que volte aqui a falar dele.

Para já, gostava da vossa opinião quanto a este pequeno excerto...

2 Comentários:

  • Às 13/2/06 23:44 , Blogger Ossam disse...

    Homens há muitos e mulheres também... e por vezes nem é dificil encontrar o par "ideal"... Nunca é ideal, mas encontrar alguém que nos complemente não é dificil... É apenas preciso coragem para deixar que uma pessoa entre na nossa vida... muitas vezes é o medo que possa correr mal que nos impede de ser felizes... Não sejam assim... gozem a vida...

    Beijinhos

    Pedro

     
  • Às 14/2/06 10:40 , Blogger dani_dc disse...

    Concordo plenamente contigo Pedro. Pessoas há muitas mas nem sempre as deixamos entrar na nossa vida.

    Quanto ao excerto do livro acho que todos passamos por várias fases ao longo da nossa vida que nos leva a ver o amor de forma diferente.

    Penso que em qualquer momento já todos imaginamos uma relação perfeita, mas (pelo menos falo por mim) depois de uma relação falhada, onde a busca por esse ideal foi maior do a própria realidade vivida, muitos desses "sonhos" se desfazem. Não significa que se deixe de acreditar no amor (pelo contrário), apenas passamos a vê-lo de uma forma mais real e menos ideal.

    E subretudo uma grande verdade que aprendi à muito pouco tempo: o amor não se escolhe.. apenas acontece (e sem nos pedir autorização). E um grande problema que acho que hoje se sucede muito é que as pessoas insistem em escolher aquele/a que acham que será ideal. Mas esquecem-se que às vezes a nossa felicidade se encontra mais depressa junto de pessoas cujo perfil nunca imaginariamos ser compativel com o nosso.

     

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial